18 de julho de 2014
18 de julho de 2014

Ultrassom focalizado e ultracavitadores

O que deve se saber antes de comprar uma tecnologia deste tipo?
Artigo escrito com a colaboração do Professor Esteban Fortuny, Santiago, Chile.
Há mais de 4 anos venho estudando, juntamente com um grupo de pesquisadores, a ultracavitação e o ultrassom focalizado. Em todos nossos cursos passamos muita evidência científica de como usar corretamente estas tecnologias, no entanto, muitos profissionais fazem as mesmas perguntas quando começam a utilizar e se deparam com milhões de marcas: Qual equipamento é o melhor? Será que este aparelho realmente faz o que promete? Você me recomenda comprar? Como pesquisadores optamos pela neutralidade de não mencionar marcas associadas, portanto, sugerimos uma lista do que você deve saber “antes”  de comprar uma ultracavitação ou um ultrassom focalizado.
CONCEITOS DISTINTOS:
O ultracavitador apresenta um transdutor plano, porém associado a correntes elétricas terapêuticas e de altas intensidades de energia  são usadas em tratamentos estéticos com o intuito de favorecer a lipólise . O ultrassom focalizado de alta intensidade – HIFU (High Intensity Focused Ultrasound) apresenta  transdutor curvo que emite as ondas sonoras com profundidade controlada em uma área mais  focalizada que o ultracavitador e também é utilizado com o mesmo objetivo.
FABRICANTES  E DADOS TÉCNICOS
O primeiro ponto importante na avaliação de um equipamento são as informações passadas pelo fabricante: Se o fabricante não fornecer a informação, desconfie , é fundamental para sua segurança que todos os dados estejam disponíveis para seu conhecimento.
Há algumas informações técnicas importantes que falam sobre a tecnologia, por exemplo,  como saber exatamente a área de emissão do equipamento (isto tem relação com seu calculo de tempo de aplicação), a potencia, intensidade por cm2 e frequência ( que se relaciona com a profundidade a ser atingida no tecido e os cuidados na forma de aplicação). Outra informação técnica é o BNR que indica se esta emissão é simétrica ou assimétrica.
INTENSIDADE: A CHAVE PARA O SUCESSO!
A intensidade é medida em W/cm2 e exprime uma relação entre a potência do equipamento com a área de emissão ( ERA ) . Por regra, os ultracavitadores geram cavitação inestável gerada apenas em intensidades de emissão iguais ou superiores a 3 W/cm2 . Se o equipamento não conseguir chegar a este valor, provavelmente, trata-se de um ” ultrassom convencional ” em suas mãos, disfarçado de ” ultracavitador.”
EFICÁCIA COMPROVADA: QUEM DISSE ?
Sempre é bom solicitar informações de pessoas que já têm o equipamento. Como foram os seus resultados?
Mas o ideal e que precisamos adotar como habito é questionar se a empresa  tem algumas publicações ou estudos científicos que comprovem a sua eficácia e principalmente, onde foram publicados estes estudos. A segurança quanto ao rigor metodológico vai te dar mais confiança em estar usando algo que realmente tem comprovação cientifica séria. Hoje é possível publicar de tudo, mas as revistas cientificas indexadas selecionam os trabalhos que demonstram uma real seriedade.
Alta ou baixa frequência : QUEM É MELHOR ?
Tanto os equipamentos de baixa quanto de alta frequência são efetivos, isto é fato! Há estudos com ambos e devemos considerar vantagens e desvantagens de cada um.· Equipamentos de Alta Frequência  tem penetrações mais baixas e são bastante superficiais, portanto, podem ser usados sem a necessidade de fazer a dobra cutânea em áreas com presença de vísceras . No entanto, muitas pesquisas incluem Low Frequency  (Baixa frequência) que são mais eficazes mas penetram mais profundo e necessitam de efetuar a dobra cutânea ao ser utilizado por motivo de segurança e para resultados mais efetivos. Sua desvantagem é que  pode gerar um zumbido no ouvido, às vezes desagradável para o paciente. Outra pergunta que não deve faltar: como e em quanto tempo devemos efetuar a calibragem do equipamento?
REFERENCIAS
Moreno-Moraga J, Valero-Altés T, Riquelme AM, Isarria-Marcosy MI, de la Torre JR. Body contouring by non-invasive transdermal focused ultrasound. Lasers Surg Med. 2007; 39(4):315-23.
Haar G.; Cossious C. High intensity focused ultrasound: physical principles and devices. Int J Hyperthermia, 2007.
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