Efeitos da Reeducação Postural Global em escolares com escoliose
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Resumo do artigo científico: Efeitos da Reeducação Postural Global em escolares com escoliose
Autores: Pollyana Coelho Vieira Toledo, Danielli Braga de Mello, Maria Erivania Araújo, Rejane Daoud, Estélio Henrique Martin Dantas. Esse estudo foi desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO) e publicado na revista Fisioterapia e Pesquisa da Universidade de São Paulo em 2011.
A escoliose é uma deformidade que afeta a forma tridimensional da coluna vertebral e ocorre principalmente a partir dos dez anos de idade, com progressão associada ao estirão do crescimento. A prevalência da escoliose no escolar varia de 1 a 3% da população.
É clinicamente importante que se diferencie a escoliose estrutural da escoliose não estrutural. A não estrutural pode ser causada por maus hábitos posturais e discrepância de membro, entre outros; já a estrutural apresenta rotação das vértebras e a coluna torna-se rígida devido à anormalidade nesta estrutura, formando a giba.
A Reeducação Postural Global (RPG) melhora o corpo, corrige a morfologia, suprime a rigidez e libera as articulações, tratando a desarmonia levando em consideração as necessidades individuais de cada indivíduo, promovendo o alongamento global das cadeias musculares e preconiza utilização de posturas específicas para o alongamento dos músculos.
Assim, esse trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos do método da RPG no ângulo de Cobb de escolares do 5° ano com diagnóstico de escoliose torácica não estrutural.
MetodologiaParticiparam do estudo 20 escolares (11 meninos e 9 meninas) do 5° ano do ensino fundamental, divididos aleatoriamente em dois grupos: RPG (GRPG; n=10) e controle (GC; n=10), os quais apresentavam escoliose não estrutural torácica em “C” ao exame postural, e teste de Adams negativo. Foram excluídos os que apresentavam escoliose estrutural.
Todos os escolares realizaram exame de raio X.
Reeducação Postural Global: os participantes do grupo RPG realizaram tratamento por três meses (12 semanas), duas vezes por semana, com sessões respeitando o limite do escolar durante as posturas, que variou de 25 a 30 minutos, mantendo intervalo de 2 minutos entre cada uma delas. Foram utilizadas as posturas “rã no chão” e “rã no ar”, seguindo o método RPG Souchard.
O GRPG foi orientado sobre como carregar a mochila e a cada sessão da reeducação foi possível observar a melhora da conscientização corporal e também da postura. Já o GC não realizou tratamento e, a exemplo do realizado com o GRPG, também foi orientado quanto à melhor forma de carregar a mochila durante os três meses, entre o primeiro e o último raio X.
Após o trimestre, o GRPG e o GC passaram novamente pela avaliação postural e exame de raio X para análise dos resultados. Todo o procedimento de aplicação das avaliações diagnóstica e somativa, bem como dos exercícios, foi realizado pela mesma fisioterapeuta, que tem certificado de qualificação do método RPG no Brasil.
ResultadosO grupo RPG apresentou diminuição significativa com relação aos valores do ângulo de Cobb apresentados antes e após o período de intervenção, enquanto o GC registrou aumento não significativo no grau de curvatura, o que indica agravamento no quadro de escoliose.
Os resultados indicam que a RPG pode dar uma importante contribuição no tratamento da escoliose e/ou sua estabilização. A RPG resgata o equilíbrio musculoesquelético por meio do alongamento, da contração muscular, da consciência corporal e da correção postural. Desse modo, os princípios básicos da RPG na escoliose foram melhorar a retração dos músculos da estática; corrigir, por intermédio da tração, a acentuação das curvas; estirar, de forma global, os músculos da estática e liberar o bloqueio respiratório.
ConclusãoConclui-se que escolares com escoliose não estrutural submetidos ao método da RPG apresentaram melhora do quadro. Diante disto, o presente estudo recomenda a RPG para o tratamento, contudo, se faz necessário avaliar o escolar de seis em seis meses para observar o desenvolvimento de sua coluna vertebral durante toda a fase de estirão do crescimento.