Um estudo coreano resolveu investigar qual destes dois fatores está mais associado com complicações obstétricas. Para isso eles analisaram retrospectivamente os prontuários médicos de mais de 2.400 mulheres que tinham recebido assistência pré-natal num hospital de Seul. E eles compararam os resultados perinatais de acordo com o Índice de Massa Corpórea (IMC) pré-gestacional e ganho de peso durante a gravidez. Vejamos os resultados: O risco de várias complicações na gravidez, tais como diabetes gestacional, hipertensão arterial, bebê com macrossomia fetal (peso superior a 4 kilos ao nascer) e baixo índice de Apgar foi sempre maior no grupo de mulheres obesas antes da gravidez, na comparação com as mulheres que tinham peso normal. Por outro lado, não houve associação entre ganho de peso durante a gravidez e resultados obstétricos adversos. Pelo contrário, resultados ruins foram observados nas mulheres que ganharam pouco peso na gestação. Para os autores, a resposta à questão inicial é: sobrepeso e obesidade antes da gestação são mais estreitamente relacionados aos resultados obstétricos adversos do que o ganho de peso excessivo durante a gravidez.
Tudo isso reforça a já reconhecida recomendação para que as mulheres engravidem apenas ao estarem ou atingirem o peso adequado, tratando ou evitando a obesidade antes da decisão de engravidar. Já que segundo estes autores o excesso de peso antes é mais importante que o ganho excessivo de peso na gravidez. Mas vamos torcer para que as futuras gestantes não interpretem estes resultados como uma alvará para comer além da conta na gravidez. (Sae-Kyung Choi et al. The effects of pre-pregnancy body mass index and gestational weight gain on perinatal outcomes in Korean women: a retrospective cohort study. Reproductive Biology and Endocrinology 2011, 9:6)
Escrito por Dr. Alexandre Faisal
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